1º FÓRUM DE APRENDIZAGEM:
"Linhas tortas"
1º clip: Linhas Tortas
LETRA: LINHAS TORTAS
Gabriel o Pensador / André
Gomes.
Alguns às vezes me tiram o sono,
mas não me tiram o sonho
Por isso eu amo e declamo por isso eu canto e componho
Não sou o dono do mundo, mas sou um filho do dono
Do verdadeiro Patrão, do verdadeiro Patrono.
- E aí, Gabriel, desistiu do
cachê?
- Cancelei um trabalho aí pra não me aborrecer.
- Explica isso melhor, o que foi que você fez?
- Tá tudo bem, eu explico pra vocês:
Tudo começou na aula de português
Eu tinha uns cinco anos, ou talvez uns seis.
Comecei a escrever, aprendi a
ortografia
Depois as redações, para a nossa alegria
Professora dava tema-livre, eu demorava
Pra escolher um tema, mas depois eu viajava
E nessas viagens, os personagens
surgiam
Pensavam, sentiam, choravam, sorriam
Aí a minha tia-avó, veja só você
Me deu de aniversário uma máquina de escrever
Eu me senti um baita jornalista,
tchê
Que nem a minha mãe, que trabalhava na TV
Depois, já aos quinze, mas com muita timidez
Fiquei muito sem graça com o que a professora fez
Ela pegou meu texto e leu pra turma inteira ouvir
Até fiquei feliz mas com vontade de fugir
Então eu descobri que já nasci com esse problema
Eu gosto de escrever, eu gosto de escrever, crer ver
Ver, crer, eu gosto de escrever e escrevo até até poema
Meu Pai, eu confesso, eu faço
prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão
- Ih, pensador, isso é grave,
hein!
É, vovó dizia que eu já escrevia bem
Tentei me controlar, me ocupar com um esporte
Surf, futebol, mas não era o meu forte
Um dia eu fiz uns raps e achei
que tava bom
Me batizei de Pensador e quis fazer um som
Ficar famoso e rico nunca foi minha meta
Minha mãe já era isso, eu só queria ser poeta
Meu pai, um homem sério, um
gaúcho de POA
Formado em medicina, não podia acreditar
Ao ver o seu garoto Gabriel com um fone nos ouvidos viajando com a caneta no
papel
- O que você tá fazendo? Vai dormir, moleque!
- Ah, pai, peraí, eu só tô fazendo um rap!
Ninguém sabia bem o que era, mas eu tava viciado naquilo
E viciei uma galera!
Meu Pai, eu confesso, eu faço
prosa e verso
Na feira eu vendo livro, no show eu vendo ingresso
Na loja eu vendo disco, já vendi mais de um milhão
Se isso for um crime, quero ir logo pra prisão
Não tô vendendo crack, não tô
vendendo pó
Não tô vendendo fumo, não tô vendendo cola
Mas muitos me disseram que o que eu faço é viciante
E vicia os estudantes quando eu entro nas escolas
Até os professores às vezes se
contaminam
Copiam minhas letras e textos e disseminam
Sementes do que eu faço, já não sei se é bom ou mau
Mas sei que muito aluno começa a fazer igual
Escrevendo poemas, escrevendo
redações
Dazendo até uns raps e umas apresentações
Me lembro dos meus filhos e a saudade é cruel
Solidão me acompanha de hotel em hotel
Casamento acabou, eu perdi na
estrada
O amor que ainda tenho é o amor da palavra
É falar e cantar, despertar consciências
Dediquei a vida a isso e maior recompensa
É servir de referência pra quem
pensa parecido
Pra quem tenta se expressar e nunca é ouvido
É olhar pra minha frente e enxergar um mar de gente
E mergulhar no fundo dos seus corações e mentes
É esse o meu mergulho, não é o do
Tio Patinhas
É esse o meu orgulho, escrever as minhas linhas
Eu escrevo em linhas tortas, inspirado por alguém
Que me deu uma missão que eu tento cumprir bem
Escuto os corações, como um
cardiologista
Traduzo o que eles dizem como faz qualquer artista
De cigarra e de formiga, e eu não sei o quanto eu valho
Mas eu sei que quando eu ganho,
divido e multiplico
E quanto mais eu vou dividindo, mais fico rico
Rico da riqueza verdadeira que é de graça
Como um só sorriso que ilumina toda a praça
Sorriso emocionado de um senhor experiente
Em pé há duas horas debaixo do sol quente
Ouvindo os meus poemas em total sintonia
Eu sou ele amanhã, e hoje é só poesia.
Jorge Miguel
Marinho, escritor, roteirista e professor universitário de Literatura
Brasileira, defende que, no fundo, todos querem escrever porque a escrita
resulta de uma motivação natural de fazer com que a experiência individual de
cada um se torne um meio de comunicação com o mundo. Só é preciso um incentivo,
um empurrãozinho, que precisa vir, sobretudo, de pais e educadores.
"Acredito que crianças, jovens e mesmo adultos que vivem com pessoas que
valorizam e são entusiasmadas com o mundo dos livros e da escrita têm mais
oportunidade de viver a sensibilidade das palavras enquanto leitores,
escritores e até criadores e isto, mais do que um hábito, torna-se um
componente absolutamente necessário e imprescindível para a vida",
argumenta Marinho, que acaba de lançar o livro A convite das palavras: motivações para ler, escrever e criar.
A prática da escrita não deve ficar restrita a estudantes, nem tampouco aos que dominam a forma culta, como os escritores. "Escrever vai muito além das regras impostas por qualquer sistema teórico ou didático: é um modo privilegiado de se descobrir e desvelar humanamente a experiência imperdível de viver", complementa Jorge Marinho, com sabedoria."
Veja entrevista completa no link:
Nos links interessantes:http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/debater-opinar-estimulam-leitura-escrita-423497.shtml
Questões
mediadoras para participação no fórum "Linhas tortas":
A aquisição das habilidades de leitura e escrita depende muito menos dos
métodos utilizados do que da relação que a criança tem desde pequena com a
cultura escrita?
Os recursos tecnológicos da informática estão proporcionando novos
aprendizados para quem inicia escolarização, mas as práticas sociais, cada vez
mais individualistas, não ajudam a formar uma comunidade leitora e que gosta de
escrever. Comente:
De quem é a culpa quando uma criança não gosta de ler e escrever?
Como deve agir o professor para estimular o gosto
pela leitura e escrita?
Muito
interessante este assunto o qual estamos discutindo, sem dúvida que aquela
criança que tem contato com a leitura e escrita desde cedo ela terá mais
facilidade e habilidades tanto em escrever bem como em ler, isso é, de se
tornar um bom leitor, com hábitos que talvez muitos de nós não tivemos muito
cedo, não por culpa de nossos pais, eles não tinham noção da importância da
leitura na nossa vida naquela época, e o método que nós aprendemos talvez não
nos incentivasse tanto como agora, hoje, as crianças desde bebê já manuseiam livros
de diversos materiais (plásticos, panos etc.) e já com 02 aninhos já entendem
que o que lemos está ali escrito nos livros.
Quanto aos
recursos tecnológicos, ao mesmo tempo em que beneficiam as crianças na escrita
e leitura muitas vezes acabam atrapalhando, principalmente com questão da forma
de escrever, muitas vezes errada, abreviadas, com gírias etc. sem falar que
eles já encontram prontos muitos trabalhos escolares na internet, apenas
imprimem e quase não escrevem, a falta da prática da escrita está se tornando
um grande problema, se os alunos não tiver esta consciência da importância de
escrever e ler mais, com certeza não terão bons resultados nos vestibulares, e
é o que estamos presenciando sempre.
Não existem
totalmente culpados de uma criança não gostar de ler ou escrever, lógico que os
pais devem sempre está incentivando seus filhos a ler e está praticando a
escrita em casa, oferecendo livros interessantes e dando exemplos em casa lendo
também com seus filhos. Existe aquela criança que gosta mais de ler do que a
outra, cada uma tem sua habilidade, exemplo, algumas preferem fazer cálculos
(matemática) e leem somente quando necessário, enquanto outras ficam até tarde
lendo revistinhas em quadrinhos etc.
O professor
deve sempre está oferecendo materiais interessantes para leitura em sala de
aula, deve trabalhar de forma lúdica para fazer com que mesmo quem não goste de
ler aprenda a gostar; eu mesma me surpreendi com algumas crianças no meu
estágio, nos primeiros dias algumas crianças falava diretamente, odeio ler
tia... E no final da minha intervenção já estava contando que tinha até levado
livrinhos da biblioteca para casa e tudo, eu senti muito feliz, acredito que a
forma que eu introduzir a leitura para elas fez com que elas despertassem mais
interesse.
No que diz
respeito à leitura e a escrita na educação infantil as crianças desde cedo
percebem e apropriam de situações reais de uso das funções sociais da língua
escrita e leitura, onde tudo através de ouvir, interpretar e dramatizar
história, manusear diversos tipos de livros, enfim; conhecer e reconhecer
diversos gêneros textuais, onde elas começam a perceber e reconhecer a
linguagem escrita e oral como instrumento de informação e meio para comunicar
desejos, informações, emoções etc.
Minha Aluna
dramatizando história da sereia iara.
Sempre
realizamos projetos envolvendo: Leitura da história, dramatização, reconto das
crianças com registros de escriba (eu) escrita das próprias crianças onde
ilustram a historia etc.Envolvemos também com arte onde são confeccionados
murais , brinquedos com materiais recicláveis etc.
O tempo todo
há envolvimento s com a leitura e
escrita com os pequenos.
Construção dos meus alunos de 03 alunos
(CEMEI FANNY NOGUEIRA) ilustração da história. As três borboletas”
Qual é a mensagem que Gabriel "o
Pensador" transmite com a letra/clip da música "Linhas tortas"?
A música do
Gabriel Pensador nos mostra que quando a pessoa gosta de escrever e ler ela
acaba envolvendo totalmente, ela vai viajando, e soltando cada vez mais sua imaginação.
Gostei muito da música
do Gabriel pensador, a parte que me chamou atenção foi essa que diz assim:
“Até os professores
às vezes se contaminam;copiam minhas letras e textos e disseminam sementes do
que eu faço, já não sei se é bom ou mau.Mas sei que muito aluno começa a fazer
igual ,Escrevendo poemas, escrevendo redações, fazendo até uns raps e umas
apresentações”.
Muito interessante
porque os jovens principalmente adoram as letras do Gabriel, e os professores
gostam mesmo de trabalhar com suas músicas nas escolas, nós mesmo, já
trabalhamos em outra disciplina com letras dele lembra?
Acho que é por ele falar
de forma clara, de forma real sobre a vida; Também concordo se o aluno não
gosta e não tem hábitos de ficar lendo livros e mais livros, e se o dom é a
musica já está em bom tamanho, pois de qualquer forma está praticando a escrita
e leitura.
Obs..
Minha filha de 10 anos (5º ano) não é de ler muito, às vezes fico brava com
ela, só que adora música, inclusive está no conservatório. Passa o tempo com
sua pastinha de música e tocando flauta doce, eu fico babando... rsrs. Lógico
que eu explico para ela a importância de ler mais, pois se não pratica não
consegue pegar o gosto, eu mesma comecei a ler mais depois que recomecei os
estudos, e assim virou um hábito, até mesmo nas férias